quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Memento Mori, Memento Vivere

 Memento mori é  uma expressão  latina que os romanos usavam para expressar de que precisamos nos atentar para a realidade que vamos morrer, mas antes, precisamos viver.

Mas como vivemos hoje? Estamos contemplando um viver imediatista, ou seja, pessoas vivem sem pensar que a morte está na agenda, mas digo que disto não escaparemos. As pessoas vivem incluídas no pensamento de apenas viver, sem cogitar que um dia irão morrer. A morte é um fato que gera no ser humano o inevitável esquecimento e nós  não queremos ser esquecidos. Assim vivemos afastando de nós  a possibilidade  da morte e do esquecimento. Estamos mergulhados  em formas de deixar nossas marcas que nos eternizem, as curtidas nas redes sociais. A exposição da vida privada nas comunidades. São pessoas que nem conhecemos, nas que também  não nos conhecem.

Memento mori era sussurado  no ouvido do general romano quando este voltava da guerra, para lembrá-lo que desta vez ele havia voltado  vivo, estava sendo ovacionado pelo povo, mas que um dia ele não voltaria e não haveria uma coroa de louro sobre a sua cabaça.  Em outras palavras, estavam  dizendo que vamos morrer, mas antes, precisamos viver.

Como você tem vivido a sua vida, seu modus memento vivere?  


O filósofo Sêneca, em Carta 4: Sobre os Terrores  Morte,  escreveu "Muitos homens se apegam e agarraram-se à vida, assim como aqueles que são levados por uma correnteza e se apegam e agarram-se a pedras afiadas. A maioria dos homens mínguam e fluem em miséria entre o medo da morte e as dificuldades da vida; eles não estão dispostos a viver, e ainda não sabem como morrer."

Este texto é  uma reflexão  que você  precisa viver de maneira satisfatória, buscar o equilíbrio  da sua vida, crescer  e realizar seus sonhos e colocar seus projetos em execução, pois em sua agenda de vida, existe a morte que chega repentinamente.

Há na máxima MEMENTO MORI, MEMENTO VIVERE um apelo a viver com a certeza da morte. Nada de novo debaixo do sol, o Pregador, autor de Eclesiastes na Bíblia, já havia ponderado sobre isso antes.

Então não espere o dia bom para viver, para amar, para contemplar a dádiva de Deus sobre a sua existência. Viva com sabor de vida a vida que você  tem. 

Lamente menos, agradeça mais. Seja amigo dos seus amigos e deixe as amarguras para fora da sua vida. A morte e a vida são duas vertentes da sua existência e hoje você  tem a chance de fazer novo tudo de novo.

Não lamente pelo ontem que passou e nem viva o amanhã que noa chegou. Atenha-se ao hoje. 

Lembre-se memento mori, memento vivere são um alerta a uma vida melhor que você tem vivido.

Pense nisso. 


Alexandro Cândido 









Um comentário:

Anônimo disse...

E não é que você resolveu escrever novamente… ufa!
Estava com medo de você ter desistido de escrever… e fiquei muito feliz por ver que estava enganada, e já aproveito para dizer que espero que tenha muitos e muitos e muitos e muitos e muitos textos ao longo do ano!

Não preciso dizer que você “chegou chegando”, a começar com o título em latim.
Confesso que não conhecia a expressão, mas por ter um pouco de conhecimento da língua, consegui deduzir o significado, e, ao ler o texto comprovei que deduzi de forma correta.

Texto belíssimo, para lá de atual e muito visceral! Toca no âmago.

Estamos vivendo um período em muitas vidas foram e estão sendo ceifadas. Tudo muito triste.

Porém, penso que nada acontece em vão, e a pandemia veio para dar uma chacoalhada no ser humano.
Também penso que quem sair da pandemia da mesma maneira como ela começou, simplesmente perdeu uma grande chance de mudar para melhor ou melhorar o que já estava bom.

A felicidade não estar no ter, mas sim no ser!
A felicidade custa muito pouco… a felicidade está nas pequenas coisas vida!

E pensar que pessoas se frustam e se matam por não ter tantos seguidores nas redes sociais, por não ter tido tantas curtidas na publicação.
Se frustam e invejam o que o outro tem, e, em sua grande maioria, não olham para o passado para saber como ela conquistou tal coisa.

Tal qual como os imperadores precisam do “grilo falante” martelando nas suas cabeças de que precisam viver, já que morrer é fato (só não se sabe quando, onde e como)!