sexta-feira, 26 de março de 2010

SONETO DA SOLIDÃO

Em cada gota que cai um pensamento solitário
Em Preto e branco um perfil, um retrato
Que em meio ao mais profundo calvário
Cada rosto, cada gesto abstrato.

Das cores da vida se fez pálida
Que o último amor deixado no drama
Do coração distante, uma partida.
Da vida sem vida ... nenhuma chama.

Amo-te em um silêncio tão distante
Em preto e branco está meu Coração
De tristezas que inundam bastante
Todo pensamento em ti numa canção.

Se pensas que morri neste soneto
Ainda a chama mentem-se acesa.
De que és bela, meu amor, neste tormento.
E a lágrima é um artifício da minha defesa


Alexandro Candido

quarta-feira, 24 de março de 2010

Palavra da palavra

Palavra alegre, palavra triste.
Palavra doce, palavra secas.
Palavra, Palavras. Palavras

Palavras que juntam. Palavras que separam.
Palavras sinceras, palavras mentirosas.
Palavra com lágrimas, palavras com soluço.
Palavra, Palavras. Palavras

Palavra dita, palavra calada.
Palavra nova e palavra velha.
Uma palavra da própria palavra.
O logos que sai de si e vai ao encontro da forma do outro e o encontra na mais profunda solidão, pronto para receber toda a palavra dita.
Verdade que para se escutar a Palavra, necessário haver solidão de quem ouve. Caso contrário a Palavra é palavra vazia.

Palavra cheia de palavras. Sentimentos que vão além da própria Palavra.
Palavra escrita, palavra falada.
Sentida na pele. Ouvida.
Do sentimento que se vê e sente, passa pela voz da Última palavra amorosa, sentimental.
O encontro da Palavra com a percepção gera o saber. Saber que decifra os códigos da palavra.
Enfim,
Há palavra que mata e palavras que dão vida.
Palavras inocentes, faladas na mais profunda da nossa infância.
Então a palavra pode ser escolhida por nós
Qual a palavra que teremos hoje para as pessoas ao nosso redor?
Palavra da palavra que gera palavras não mais que palavras.