Não há palavras disponíveis.
A rima acabou.
As ideias, antes abundantes, hoje são escassas e pálidas
Inspiração? Não sei onde está
Pulou em cima de mim toda a falta do que falar
Nada além de pensamentos vagos, distantes e sem razão.
Não poderei falar de mágoas, amores e passado.
Não poderei demorar neste papel branco sem pauta que paute as palavras da vida
Sem palavras e sem ideias, observo a noite cair
A mesa fica grande demais e o silêncio entra pela janela aberta
Vai na alma sem palavras e sem cor.
O silêncio cai pelo corpo imóvel do escritor
Em suas mãos não há mais poder de condensar as ilusões feita em frase arrumadas
Está tudo parado. O vento parou.
Não tenho um texto de palavras, mas de falta de palavras
Falta de texto é este texto. Falta de sensação que falta na vida de hoje.
E encerro o texto que não é texto. Pretexto para escrever um texto.
Encerro e fecho a porta da afinação, dos tons, das cores, dos versos
Encerro sem ter dito nada além que me falta palavras
Falta palavras
Palavas faltosas
Falta de versos
Falta de provas.
Palavras sem palavras
Palavra que faltava
Palavras e mais palavras
O que mais me falta
A falta das palavras
E o texto de meias palavras basta, visto que não há correção necessária para um texto que não é texto.
Ele existe?
Texto sem palavras com mais de cem. Sem palavras.