quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Por fim

Nunca imaginei que a vida fosse tão breve e que os dias fossem tão vazios para quem espera algo novo que mude as coisas de maneira sólida.
Esperei da vida mais que esperar a morte. Esperei que ela fosse mais objetiva e menos efêmera. Mas é na calada da noite que se descobre a fragilidade e o quanto a vida é rápida para quem quer viver mais.
Deletando de nós as coisas boas, apenas esperamos novos desencantos, novos lamentos e morre-se mais vivo do que quando já está morto. Percebe-se que o limite da vida esbarra na lamuria da morte e que não adianta agregar mais nada, tudo é só um sofrimento frio, solitário e malvado.
Tenho raiva da vida. Ela nos mostra oportunidades, caminhos, prazeres, amores... Ela nos deixa abraçar, sonhar em ser o príncipe de alguém e na hora de se sentir completo ela se entrega a morte. A morte não é a vilã é a vida que não luta contra a morte e decepciona quem vive ou tenta viver.
Tentei viver, lutei, me esforcei, tirei forças de onde não havia e busquei motivos quando nenhum deles existia. Tudo em vão
Hoje assino minha despedida. Certa que é não vou aceitar passivo, vou protestar porque não pedi à vida que me trouxesse coisas lindas e difíceis de deixar. Não pedi nada, nunca exigi nada e me contentei em apenas viver e olhar o sol a cada manhã. Cuidar daquilo que ela mesma colocou em minhas mãos.
Deixo um recado para vida. Não seja breve para quem é feliz. Seja lenta, vagarosa para quem quer viver você. Permita que o sol brilhe mais um dia quando na tua fúria ceder à morte. Lute por quem te ama e me deixe aqui mais um pouco. Deixe-me sentir tudo que me mostrou e quando, lá no fim, vier ceder à morte eu saberei que vivi tudo que pude e prometo não oferece resistência. Lute por mim e me permita viver mais um pouco de ti.