Hoje ele acordou com sede de viver. Ele olhou para trás e não viu seu destino e voltou e olhou para frente notou que estava só. Estar só não é necessariamente estar sozinho. Ele estava sozinho. Estava parado há muito tempo e sentia que a vida escorria por entre os dedos. Uma direção certa deixou de existir a muito tempo e ele, sentado, olhava a vida com os olhos negros de solidão. Suas mãos largaram as fotos. Seus olhos não quiseram mais firmar naquela linda mulher distante. Ele hoje não queria mais viver assim longe dos sonhos. Não queria viver sozinho.
Havia no olhar daquele homem o desejo e ir ao encontro dela. Ele havia pensando que se ele minimizasse a distancia quem sabe ela não o olharia diferente. Quem sabe ele não seria um pouco diferente do que costumava ser. Deixando a vida e viver o risco.
A vida é risco e quem tem medo de arriscar fica ultrapassado, fica estagnado a uma mediocridade medonha. Então o risco é bom.
Ele se levantou naquele dia frio e decidiu tomar as asas do condor e ver sua amada. Ele teria que sobrevoar oceanos de tristezas, montanhas de decepções e se arriscar tocá-la. Seu medo era não ser o que queria ser. Seu medo era chegar tarde demais e ver que o tempo já havia sentenciado sua vida a um errante da estrada.
Será que ela o ama? Será que ainda o deseja como naquele primeiro dia? Ou o tempo e o fracasso tomaram conta que não havia sobrado mais espaço para um grande amor dentro dela?
Somente ela poderá responder a estas perguntas. Ele está chegando e a distancia está sendo morta a cada bater de asas que ele dá na direção dela.
Aqui sentando na minha cadeira eu torço por ele, ainda sabendo que o amor sempre reserva surpresas em cada curva. Boa sorte no seu amor distante.