sábado, 16 de janeiro de 2016

Uma carta para nós dois

Amor não são palavras meu amor.
Amor que é de verso e rima se estraga como o tempo e pede o vigor e  a maciez de ser amor. 
Os destinos são traçados e burlamos  todas as expectativa. Eu centrado, você divina.
Poderíamos ter vivido no tempo certo, mas  o tempo foi errado 
Poderíamos ter um jardim, mas não plantamos nada. 
E quando a tarde chega, o sono vai e é tempo de ir embora.

Uma carta com seu endereço
Que falasse coisas somente de nós dois
Que dissesse da saudade, da vontade, do depois
Que contasse uma história, pequenina como sempre foi

Amor em cartas amarela... eu leio a minha carta de vida
Cartas para um amor distante
Cartas de uma breve despedida. Fora do tempo
Cartas que descreva dentro do tempo.
As circunstâncias do nosso amor fora do tempo

Amor refinado, falado, sentido, beijado, marcado
Encontro para uma noite, que durou uma vida inteira
Ainda estou no tempo da primeira noite. Estou no tempo errado
"Feche os olhos e pense" Uma paixão tão de repente 
Fora do tempo. Dentro do tempo não há ilusões.

Encontros no tempo
Desencontros perdidos
Nascemos pequenos
Hoje somos crescidos.
No amor que nos arrebata
No desejo que não se farta
Na memória escondida
De um tempo que é nosso.


Amei como num tempo oportuno, mesmo que seja no tempo errado.
E me doei,
E me escondi,
Tive  medo.

Quem sabe leia esta carta na sua cama vazia
Tempo fora do tempo é esta carta.
Ou quem sabe ainda exista o tempo a tempo

E no fim
O amor
Somos amores para a vida toda, mesmo que seja fora do tempo.
E esta carta para nós dois é uma carta atemporal de um amor que tive no tempo do meu tempo.
Amor para a vida toda, por toda a vida. No tempo ou fora dele. 

Adeus...


VAZIO



Senti o vazio do silêncio.
A falta das tuas risadas
A falta do seu respirar.

A manhã chegou  mais cedo sem o sol pra iluminar
O Calor deu lugar ao frio
As folhas secaram e caíram dentro de mim.

Pássaros não cantam mais no meu coração
Pois não vejo no horizonte você  sorrindo pra mim
E os jardins secaram, tornaram-se cinzas.


Quando vejo o que não vi
Quando quero dizer coisas que não disse
tudo parece estranho. Tudo parece fim.


Vou caminhando
o outono é passageiro.




quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Sabiá na Laranjeira

Qualquer hora ou em qualquer lugar

Cheiro de terra molhada
Mato que vida cresceu.
Sabiá na larajeira
Pingos de meu  num beijo  no seu.

Onde mora a vontade
De viver sem me perder
Onde eu possa achar  aconchego
De um bem sem me querer

Bem-me-quer
Mal me beija
Bem-me-quer
Talvez eu veja

Seu nasce num doce beijo meu
De bem-querer.

Levo longe o meu barco
O meu braço, meu viver
Vou andando sem demora
Eu não posso me perder

Cheiro de terra molhada
Mato que vida cresceu.
Sabiá na larajeira
Pigos de mel num beijo seu.

É remanso
É descanso
Do olhar que ser perdeu.

Sabiá na laranjeira
Canta vida que Deus me deu.