Hoje resolvi escrever um texto que fale de meus textos. Claro que sem pretensão de ser um texto que resuma todos os outros textos que escrevi para você.
O sentimento de estar sozinho é doloroso, principalmente quando não se tem ninguém para compartilhar. Sufocamos os gritos que talvez nos libertasse e vivemos com um nó na garganta, olhos baixos e sorriso amarelado. É nesta hora que escrever vira uma válvula de escape e podemos compartilhar o que nos atinge cotidianamente. O grande problema é que nem sempre quem lê tem esta visão. Muitos simplesmente não sabem que atrás de um poeta tem sempre um coração que pulsa e sagra, sagra sangra sem parar.
Cada texto que compus exprime um pouco do que sou e do que sinto. Certo é que não agradei a quem deveria, mas isto não faz mais diferença. As pessoas mudam o curso do seu destino quando muda o curso do seu barco. Talvez eu tenha mudado muito nestes anos. Talvez eu morra mudando. Certo é que nem sou só um texto, nem sou só um homem. Estou unido com as palavras que são gritos ou sussurros (quem lê que entenda)
Sempre quis demonstrar o amor de um jeito meu e não das pessoas que irão ler, mas do jeito que vejo, do jeito que sinto, do jeito que ele é pra mim. Nunca fiz dos textos armas engatilhadas para matar, pelo contrário, os textos são apenas expressões de vida e de sentimentos que geram vida.
Elegi sim uma pessoa, musa das minhas palavras. Mulher dos meus desejos e que amei em circunstâncias veladas, de forma intensa e sincera. Mas como amor é exigente, já não bastavam mais textos e eles já não tocam mais o coração de quem se quer tocar. E o que fica? Ficam palavras tão vazias que não se pode dizer ou escreve-las, pois se corre o risco de sabotar o próprio coração.
Talvez eu pare de escrever um dia e siga um outro caminho, mas por enquanto estou aqui fazendo deste texto um reflexo do que já escrevi e do quesou hoje. Quem sabe eu mude amanhã.
Já idealizei muito, já tentei agradar muito, já colhi flores e mandei cartas. Passei tempo demais andando na chuva e agora quero me secar. Secar de um sentimento que não quero mais. Secar de uma vida que já não quero mais.
Por fim vou caminhando e escrevendo e já não importa quem vai ler ou comentar o texto ou ainda quem vai deixar de ler. Eu escrevo coisas que gosto de escrever e simplesmente não quero agradar ninguém que não queira ser agradado.
Nossa este foi o texto mais chato que já escrevi, mas é o que tenho hoje para oferecer. Não sei se terei algo para oferecer amanhã. Amanhã é outro dia e um outro eu escrevendo.