quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Hoje resolvi escrever um texto que fale de meus textos. Claro que sem pretensão de ser um texto que resuma todos os outros textos que escrevi para você.
O sentimento de estar sozinho é doloroso, principalmente quando não se tem ninguém para compartilhar. Sufocamos os gritos que talvez nos libertasse e vivemos com um nó na garganta, olhos baixos e sorriso amarelado. É nesta hora que escrever vira uma válvula de escape e podemos compartilhar o que nos atinge cotidianamente. O grande problema é que nem sempre quem lê tem esta visão. Muitos simplesmente não sabem que atrás de um poeta tem sempre um coração que pulsa e sagra, sagra sangra sem parar.
Cada texto que compus exprime um pouco do que sou e do que sinto. Certo é que não agradei a quem deveria, mas isto não faz mais diferença. As pessoas mudam o curso do seu destino quando muda o curso do seu barco. Talvez eu tenha mudado muito nestes anos. Talvez eu morra mudando. Certo é que nem sou só um texto, nem sou só um homem. Estou unido com as palavras que são gritos ou sussurros (quem lê que entenda)
Sempre quis demonstrar o amor de um jeito meu e não das pessoas que irão ler, mas do jeito que vejo, do jeito que sinto, do jeito que ele é pra mim. Nunca fiz dos textos armas engatilhadas para matar, pelo contrário, os textos são apenas expressões de vida e de sentimentos que geram vida.
Elegi sim uma pessoa, musa das minhas palavras. Mulher dos meus desejos e que amei em circunstâncias veladas, de  forma intensa e sincera. Mas como amor é exigente, já não bastavam mais textos e eles já não tocam mais o coração de quem se quer tocar. E o que fica? Ficam palavras tão vazias que não se pode dizer ou escreve-las, pois se corre o risco de sabotar o próprio coração.
Talvez eu pare de escrever um dia e siga um outro caminho, mas por enquanto estou aqui fazendo deste texto um reflexo do que já escrevi  e do quesou hoje. Quem sabe eu mude amanhã.
Já idealizei muito, já tentei agradar muito, já colhi flores e mandei cartas. Passei tempo demais andando na chuva e agora quero me secar. Secar de um sentimento que não quero mais. Secar de uma vida que já não quero mais.
Por fim vou caminhando e escrevendo e já não importa quem vai ler ou comentar o texto ou ainda quem vai deixar de ler. Eu escrevo coisas que gosto de escrever e simplesmente não quero agradar ninguém que não queira ser agradado.
Nossa este foi o texto mais chato que já escrevi, mas é o que tenho hoje para oferecer. Não sei se terei algo para oferecer amanhã. Amanhã é outro dia e um outro eu escrevendo.