quinta-feira, 25 de novembro de 2010

QUANTO DE TE QUERER AINDA CABE EM MEU CORAÇAO

Quanto de te querer ainda cabe em meu coração?
Quanto de te desejar minha alma ainda vai se ver solitária e dependente de ti?
Quanto ainda vou desejar teu corpo, teu sorriso, teu cheiro, teu ser , sem que eu caia nas garras da paixão?
Paixão é coisa descontrolada. É amor doido, sofrido e sem cura aparente. Paixão amarrota a razão da razão.
É... quanta paixão cabe dentro de um coração?
Quanto de amor é necessário para dizer que sou feliz?
Se me faz sofrer, se me mata a metade do que ainda não sou qual a razão de te querer tanto assim?
Conectar-me ao que não sou e pensar no que ainda não quero ser.
Solitário, triste, lágrimas, desejos ardentes. Som.
Penetra-me a o coração seu olhar e arranca de dentro de mim suspiros que ainda não tive e carinhos que ainda não sei.
Assenta-se longe de minhas vistas é porque sofres também? Ou porque nada sentes?
Se a lâmpada do seu coração esta acesa e ainda reflete o flerte do amor, porque te manténs longe e arredia nos dias mais chuvoso do meu coração? Se solitária te encontra, mas não consegue mover a certeza de quem vai ou de quem vem, como consegues dizer que ainda me amas?
Longos dias, longas horas. Fim da tarde, fim da lua.
Criamos amor como quem cria pássaros. Eles voam e um dia eles se vão e junto com eles toda nossa expectativa de sermos felizes com nossos cantos e nossos brilhos. Ficamos opacos e necessariamente amar é muito mais que palavra dita. É palavra beijada, tocada, mordida, suada, freneticamente desejada e arrolada como testemunha do nosso querer.
Quanto de te querer ainda cabe em meu coração? Vai se saber. Cabe a medida exata do que não sei dizer. Cabe a medida de tanto te querer. E quem quer um querer assim é porque ainda ama como quem ama de verdade e sem barreiras.

(inspirado na música de Djavan, Samurai)

Alexandro Candido