Habita em mim

Habita em mim versos shaekespeareanos de amor e dor. De ser ou nao ser. De exister ou deixar de existir. Habita em mim as lamúrias de um Romeu ressuscitado do tempo, daqueles que nao existem mais e por não existir se constroi em meio a fragmentos da lembrança.
Habita em mim os mais valoroso versos de Eliada que desagua em meu ser se a emboscada de tróia ou a "Odisséia" da vida.
Habita em mim um desencontro comigo mesmo, deste que toma-se um porre e diz coisas que não gostaríamos de dizer, mas que se faz necessário devido ao nosso etílico estado de espirito e de corpo. Sabe-se mais das ultimas derrotas do nosso fragilizado coração.
Habita em mim um coração perverso, maldoso, amargurado, sátiro e mentiroso que não se revela em verso, em palavras e músicas. E neste habitar perverso me conheço, me analiso, sustento e disfarço a fraqueza da lágrima que cai a noite sozinho no escuro do silêncio.
Habita em mim a mais perversa mente que quer teu corpo como quem discortina o quarto fechado e deixa a luz entrar, tornar válido o prazer, o gozo, a fragância do teu sexo. Habita em mim este teu cheiro.
Habita em mim o romantismo que não se nota, e isto me traz vantagens no universo feminino. Elas querem ser vistas, notadas, amadas e desejadas não como carne na mesa, mas como deusas importantíssimas do nosso ser. Habita em mim teu beijo.
Habita em mim o sentimento de amor que gera dor, que gera cor. Nada de cinza. Vermelho é a sua cor. Amor eros que deseja sem responsabilidade, sem se importar com as consequencias só com o prazer. Habita em mim teu toque.
Habita em mim o pesadelo constante da tua ida, morte que lhe tirou a maciez dos seios, do sexo, do...í. Habita em mim a partida.
Habita em mim a alegria de criança, que nao se importa com coisas sérias, mas com coisas boas. Habita em mim você.
Habita o cheiro, o doce cheiro de fruta madura que senti quando ninguém sentia e desejei quando ninguem desejava. Toquei, senti, cheirei...
Habita em mim o que você quiser que habite.
Habita em mim, você.