E do que me chamam?
Sou belo e maldito,
Doce e amargo
Amigo e inimigo
Sou o seu melhor e seu pior
Sou quem, nas manhãs frias, traz boas e más lembranças.
Chamam-me de cinza. Ás vezes de negro
Na verdade sou apenas lembranças boas que foram imprimidas em seu coração.
Senti-me nas madrugadas, nas manhãs de agosto, quando olha o retrato na parede
A cama desarrumada, a caneca de café sobre a mesa.
Sou eu quem faz da despedida a mais dura partida e da chegada a mais bela presença.
Sou Saudade
Tens-me a cada pensamento no teu amor verdadeiro, na tua amizade distante.
Tens-me dentro da tua alma, tua boca, na tua pele
Dos lugares que viveu e dos beijos molhados que um dia foram constantes.
Do toque na tua pele. Do cheiro teus cabelos
Sou saudade.
Dos dias, das noite, das tardes...
Brincadeiras na cama,
Cama com cheiro de saudade.
Sou saudade
Das conversas e prosas.
Dos poemas completamente loucos.
Das risadas... Dos segredos
Sou saudade
Para fazer lembrar o que não se pode esquecer
Assim me Chamam. Saudade
3 comentários:
Meu Deus!
Que texto brilhante! Lindo!
Os antônimos foram usados com precisão cirúrgica.
E que frase magistral “na verdade sou apenas lembranças boas que foram imprimidas no seu coração”!
Outra frase que me encantou e me lembrou “Encontros e Despedidas”, do genial (ao menos para mim) Milton Nascimento “ Sou eu quem faz da despedida a mais dura partida e da chegada a mais bela presença.”
Muitas amizades, ainda que distantes, são mais sólidas do que uma amizade “presente”.
A saudade nos faz lembrar do que não queremos esquecer, seja algo bom ou não tão bom.
Confesso que só percebi que o texto falava da saudade somente depois de ter lido a palavra algumas vezes.
Achei muito interessante, pois fez os contrastes e deixou o leitor livre para escolher inúmeros caminhos e depois você dá o xeque-mate.
Amei.
Digo, sem medo, que foi um dos seus textos mais lindos.
Obrigado. Tô um pouco enferrujado, mas deu para sair um texto
Que um dia, eu mesma enferrujada, consiga escrever igual a você!
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