Naquela manhã o sol ainda vestia de laranja o céu azul claro. A última estrela ainda insistia em anunciar a noite que passou. Meus olhos olharam ao longe as montanhas ainda negras do raiar do dia.
Manhã apaga a noite que passou. Levantei e fui até a janela que estava entreaberta e o raio do sol iluminou a cama.
Inusitado é olhar para ela e ver seus traços nus sobre o lençol branco. Seus cabelos jogados em cima dos ombros, mostrando a ponta dos seios nus. A pele de uma beleza primária.
Desejo, inusitado desejo em pele ardente, calçada da vontade latente e de pensamentos desprovidos de pudor.
Inusitada noite em pleno dia, pelas estrelas que nascem em cada anoitecer. Inusitado querer. Inusitado desejo pelo corpo do outro. O toque da pele, a carne macia. O cheiro, o sabor da maçã que escorre entre os lábios ao tocar-lhe com a boca. Volúpia, demonstrada em murmúrios eternos, onde os olhos se fecham, a boca se morde e os músculos contraem.
Somos o cheiro da vida. Suor do prazer. Inusitado desejo.
Perna que se entrelaçam, corpos que se espremem, boca que procura freneticamente devorar mutuamente de paixão.
Toque de seios nus contra o corpo nu. Corpos dispostos a se entregarem a toda sorte de carícias.
Inusitado lembrar do desejo e que desejo é...
Um comentário:
Ainda não é o comentário oficial, mas add que li o título e o texto, me veio à mente uma música gravada pela Maria Bethânia!
“Ah! Infinito delirio chamado desejo
Essa fome de afagos e beijos
Essa sede incessante de amor
Ah! Essa luta de corpos suados
Ardentes e apaixonados
Gemendo na ansia
De tanto se dar (…)”.
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