segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Amanheceu sem sol

A lua deu o ar da sua graça e as estrelas, em pé, fitavam  o dia que nascia. 

As flores abriram suas pétalas na imensidão do mundo entre nós.

E cada instante, o momento mais tênue, esperamos o sol que não veio.

Talvez  ele esteja triste. Talvez  ele esteja amando outra estrela.

Todo carinho que sonhei. Toda beleza que senti. Todo amor que eu te dei. Tudo escuro ficou.

Nada ficou no lugar. Tudo agora era noite e as estrelas  não brilham mais com os beijos que demos e abracos que apertamos.

Meu amor vou te dizer, tanta beleza que se foi entre nós. O sol não pode mais brilhar e os pássaros não cantam mais.

Ah, vastidão do teu olhar, toda beleza que um homem pode contemplar.

E neste dia, todo vazio que ficou.

Nem beijos se pôde dar.

O dia amanhceu sem sol.


2 comentários:

Anônimo disse...

Mais um daqueles seus textos que deixam o coração quentinho e os olhos marejados.

Um dia, numa outra existência, escreverei, ai menos, igual a você e já estarei muito feliz.

Escrever como você escreve, na minha visão é um dom. Você tem o dom de escrever e eu tenho o dom (e o prazer de ler)!

De inopino, lembrei de Noites com Sol, do nosso amado mineiro, Flávio Venturine, só que ao revés.

“Todo carinho que sonhei. Toda beleza que senti. Todo amor que eu te dei. Tudo escuro ficou.Nada ficou no lugar.” Belíssimo e triste. Um baita de um contraste.

“ Ah, vastidão do teu olhar, toda beleza que um homem pode contemplar.E neste dia, todo vazio que ficou.Nem beijos se pôde dar.O dia amanhceu sem sol.”! Quando nem beijos se pode dar, só resta amanhecer sem sol, mesmo se estivermos na primavera ou no verão.

Se eu tive uma lista dos textos que mais amei, sem sombra de dúvidas, este seria um deles.

Você arrasa.

Sou fã (assumida)!

alex disse...

Obrigado pelas palavras. Um dia o sol venha iluminar tudo de novo rs