terça-feira, 20 de agosto de 2019

O poeta Morreu

É com pesar que comunico-lhes a morte do poeta.

Morreu por falta de amor, de sonho, de palavra.

Morreu neste dia aquele que sonhou com palavras vividas e sentidas.

Morreu o pensador dos corações.

A causa é simples.

Não resistiu a tamanha falta de  sensibilidade das pessoas.

Foi morto pela falta de histórias amorosas, porque as pessoas desejaram mais o imediato sexo, do que o cortejar alegre e inocente. Preferem as máscaras da vida, do que o amor simples, a amizade revelada sem interesse.

A donzela... perdeu-se no feminismo descontrolado e na tentativa igualitária de ser
Não foi o acesso as tecnologias que tornaram as pessoas frias, foi a falta de controle, a falta de vidas vivida em momentos reais.

O poeta não resistiu a vida virtual e morreu só.

É triste pensar em pessoas tão fúteis, em pensamentos fúteis, em relacionamentos recheados de  interesses pessoais. O héros interesseiro não devia tomar conta do agapê zeloso.

E se o poeta morreu, morreu junto as rimas e as métricas, irmãs de uma longa data que sempre trabalharam em prol dos apaixonados, adocicando em cada estrofe o mel do amor.

Finda-se o poeta, morre a poesia.

Hoje acordamos mais triste, mais formais. Acordamos com um silêncio que foi rompido pela sátira da vida. Acordamos com o barulho ensurdecedor de música que coisificam as pessoas, o amor e o sexo. Frases de ilustres  famosos que encenam paixões surrais nas telas e são vazios na vida real.

Onde está os que acreditam em amores?
Mortos como o poeta .

O negócio agora é uma foto sorridente nas redes sociais, um relacionamento vegetativo no mundo virtual e ser feliz é uma questão de quantas curtidas recebi hoje.

Amor tem cheiro de tela e o coração é um processador de não sei quantos gigahertz,

Desta forma aposentam-se os sentimentos e as conquistas. Não há necessidade de ser e sim de ter. Tem quantos seguidores. Dançar a última música que te chamam de vádia, cadela ou enaltecer a dominação besteirol do sexo em bailes que são prostíbulos  sem paredes.



Morreu hoje o poeta,

Aqui deixamos os nossos pesares a todos

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei muito do texto, embora muito triste e muito melancólico, porém, quase 100% verdadeiro.

Explico o “quase 100% verdadeiro”, pois para mim o poeta nunca dará o suspiro final, e a razão é simples: sempre haverá alguém para viver um amor verdadeiro, ser amigo sem qualquer interesse, ver a beleza nas coisas mais singelas, que ri igual a criança quando lê histórias da Turma da Mônica, que se encanta com as descobertas de uma criança, que ouve as mesmas histórias “um milhão de vezes”, pois não tem coragem de dizer para o pai que já escutou aquela história “um milhão de vezes@.

Sempre haverá alguém para contrabalançar aqueles que publicam inúmeras fotos “da família perfeita” (mas tão perfeita, que poderia ser a família estrela da campanha de qualquer margarina”), que contam quantos likes ganharam naquele dia, que vivam no “fantástico mundo de Bob” (assim são as redes sociais)!
Esse alguém sabe que a família perfeita não existe, sabe que os likes nada significam e também sabe que “fantástico mundo de Bob” é ficção!

Sempre haverá alguém que goste de música com listras de qualidade, que se veste com respeito, que não se sujeita às orgias virtuais (vide BBB) e presenciais (baile funk), que aprecia um bom livro.

Se eu não acreditar que existem pessoas iguais a mim (e a você - só te conheço virtualmente, mas percebo o quão nobre você é), aí prefeito deixar de viver!

Façamos a nossa parte e sejamos coerentes com o poeta que habita em nós!