quinta-feira, 9 de maio de 2019

INFÂNCIA

Saudade da ruazinha da minha casa.
Dos matos que cresciam junto às calçadas,
Das chuvas que molhavam a terra seca do quintal
Havia vida, mesmo quando não havia abundancia.

Saudade de correr descalço e pisar no chão nu.
Coisas de crianças a fazer,
Sonhos sonhados antes de anoitecer.

Saudade das fogueiras, das batatas, das cantigas.
Saudade do pula corda, do pega-pega, de Aninha.
Saudade da bola de meia e da meia bola.
Saudade de ver o verde novinho.

Eramos bichos, soltos em nossas imaginações.
Eramos aventureiros a desbravar a Mata das Borboletas,
Nadávamos em meio as grandes árvores 
Jatobá, Pinha, frutinhas silvestres apanhadas no caminho.

Calção, descalço e sem camisa era nosso uniforme,
Meninos que brincavam sobre as lápides amareladas da Saudade

Eita tempo, eita tempo...
Doze anos, 
Saudade de correr e...
não pensar em voltar a atualidade.




Um comentário:

Anônimo disse...

Saudosismo!
Foi com esse sentimento que terminei de ler o tecto.
Deu para acompanhar passo a passo os seus 12 anos e igualmente lembrei dos meus 12 anos!
Não havia abundância de bens materiais, mas havia abundância nas amizades, nas brincadeiras, nas travessuras e no respeito.
Adorei o texto.