domingo, 13 de março de 2016

Pétalas

Pétalas, pétalas que caíram no chão.
Eu vi o vento arranca-las uma após a outra, dia após dia.
Vi minhas palavras  sumirem no vazio do tempo.
Caminho que o tempo findou.
Talvez seja o último gole, último toque, último abraço.
Dos beijos que se perderam na escuridão da despedida.
Do eu preciso ir apressadamente.
E quem presenciou nossos corações em tais caixas coloridas que odeias e veneras?
Somos amor em todo tempo, até em tempos errados, passados talvez.
Eu não li suas cartas de despedida
Eu não vi seu bater da porta dizendo que se foi
Eu... sentado no sofá de canto, no canto escuro da despedida, espero.
As pétalas caíram, arrancadas pelo vento que deixei entrar.
As pétalas ainda estão coloridas e perfumadas no chão
Do jardim que você me ajudou a plantar.
Obrigado por cultivar em mim as suas rosas, seus copos de leite, seus olhos.
Eu vi margaridas em você e me apaixonei pelo seu olhar.
Você está replantando seu jardim...
E eu salvando as minhas rosas que plantastes em mim.
Agora cai chuva, cai pétalas, cai a saudade de tanta vontade que não contemplei.
Só sobra o som. Só sobra o som das pétalas que caem no silencio do vazio que me deixou.

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