terça-feira, 14 de abril de 2009

SONETO DA DEVOÇÃO




Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! – uma cadela
Talvez... – mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
Vinícios de Morais

2 comentários:

Unknown disse...

Adoro vinícius...

Anônimo disse...

Não sei ler poesia de maneira correta, mas basta ouvir a Bethânia declamar uma poesia que eu entendo tudo!

Mas sei que Vinícius é Vinícius e ponto final.