domingo, 22 de abril de 2018

INOCÊNCIA

E lá vou eu de novo....

Amanheceu, peguei  bolsa verde feita de lona de caminhão. A bolsa estava com alguns cadernos.  
Atravessei a rua correndo e com a bolsa a tira color, fui direto para um descampado do outro lado. 
Havia muitas margaridas, cravos em flor. Havia borboletas amarelas pousando sobre as pétalas brancas das margaridas que se abriam numa singeleza de coração. O sol, de uma amarelo âmbar, penetrava as folhas verdes da relva macia. Os pássaros, na maior algazarra, fervilhavam na árvore mais adiante. 
Olhei tudo, como se procurasse algo. Varri com os olhos todo o espaço. Ao longe  pude observar os laços vermelhos, cada um do seu lado, a prender o cabelos de Isabel. O vestido amarelo de roda, me fez delirar. Em meio ao nascer do sol e o verde do campo, ela sorria ao me ver chegar. Não tínhamos mais que doze ou treze anos, mas ali já era amor jurado, escondido. Eramos quase namorados. 
Corri em sua direção e quando nos encontramos no meio do descampado eu consegui arrancar uma das margaridas que ali desabrochava e lhe dei. Ela sorriu e pegou o presente. 
Olhei mais ao longe, e chagaram o resto dos meninos. Era hora de irmos para a escola....

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto mais fofo!
Desde novinho, ao que parece, você já era um autêntico cavalheiro!
Sortuda essa Isabel, muito sortuda!!!