sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Sinto muito ANNE FKANK

Hoje eu acabei de ler "O Diário de Anne Frank" e fiquei me perguntando muitas coisas sobre aquela garotinha de 13 anos  que tinha tantos sonhos, tanta personalidade, tanta força e que foi tudo interrompido de forma tal abrupta como nos registros do seu Diário chamada de "querida  Kitty". Senti-me na obrigação de escrever um pedido de desculpas a Anne a Kitty.

Sinto muito  Anne e querida Kitty. 


Sinto muito Anne que a guerra tenha lhe tirado de nós. Sinto muito por não termos conhecido a Anne que você sempre quis ser. Uma jornalista e uma escritora. De certo teríamos aprendido muito com seus escritos e hoje estaríamos mais realizados do que estamos. Sinto como seria grandioso o seu sucesso e como isto impactaria a Holanda do seu tempo e do nosso tempo.  
Quantas coisas poderiam ser escrito no seu diário e que poderia nos ajudar a sermos melhores. Quantas coisas perdemos quando te perdemos para a guerra. E a sua Kitty ficou órfã. Sem escritos, sem relatos do seu dia a dia. Sem saber como a Anne  amadureceria para a vida, para o amor, para a liberdade que tanto queria ter. Anne, você não ficou presa dentro do Anexo Secreto. Você conseguiu  se libertar e deu via a Kitty. Sinto muito Anne se  o mundo foi brutal com você e não te deixou voar seu grande voo rumo aos seus sonhos. A guerra  foi cruel com você e conosco, pois nos tirou o direito de conhecer você além do diário. 
Hoje eu acabei de ler o seu diário, um livro bem posso dizer, e me vi ali com você sentada olhando para o horizonte de um dia lindo e florido. Eu pensei quantos anos se passaram desde que você se foi. E as guerras ainda continuam matando muitas ANNEs por ai. Imaginei você sentada, olhando o horizonte e eu aqui, do outro lado do mundo, setenta e dois anos depois querendo encontrar você e falarmos sobre a sua  vida e sobre os seus sonhos.
Sinto muito Kitty você ter sido abandonada de uma hora para outra. Talvez você ficou dias esperando para que sua dona viesse escrever mais um relato. Quem sabe falaria de Peter, ou do amor de Pim. Talvez mais uma sobre mamãe e a dificuldade de amá-la. Anne não veio na primeira semana e nem no mês seguinte. Anne se foi. Sinto muito Kitty
Sinto muito senhor Otton, senhora Otton, senhor e senhora Van Daan, Senhor Dussel. Sinto muito Miep e Bep Voskuijl, senhores Kleiman e Kugler. Sinto muito Holanda e todo o restante do mundo. Anne M. Frank se foi. Não porque quis, mas pela incapacidade de amor que uma guerra tem.
Olhando sua foto, sinto-me triste porque tiraram desta geração uma pessoa tão honesta consigo mesma. Uma menina que se descobriu e estava descobrindo o mundo. 
Fico pensando como foi seus últimos dias. Sinto-me triste em saber que não foram fáceis. Mas podem matar o corpo, pois o Espirito esta vivificado, dizia o Apóstolo Paulo em uma de suas cartas. Isto nos anima a amenizar na memória a sua dor.
Peço perdão Anne e Kitty em nome daqueles que não entenderam que o ser humano é único diante de Deus e tem direito de viver.
Peço perdão Anne por me apropriar tão profundamente da sua história e da tristeza desta guerra que é igual a qualquer guerra hoje. Muitas Annes estão morrendo ainda. Alepo, na Síria é o registro mais cruel da imoralidade da guerra. Da incapacidade do homem de amar seu semelhante e deixá-lo viver.
Muitos Anexos Secretos ainda existem, muitas crianças e adolescente vivem escondidas. Não temos mais a Gestapo, temos grupos terroristas Al Queada, Estado Islamico e outros tantos que estão matando sonhos e prendendo pessoas. 
Sinto muito por não termos notícias boas para lhe contar, mas o homens não se voltou para Deus e seu egocentrismo ainda é a causa de grandes tiranias no mundo atual.

Quem sabe chegaremos um dia que não haverá mais guerras estúpidas que aprisionam e matam pessoas e assim possa nascer muitas Annes com o espirito igual ao teu .

Um comentário:

Anônimo disse...

Eis um livro que nunca li... aliás, por alguma razão que não sei explicar fujo de temas ligados tanto à 1ª quanto à 2ª Guerra Mundial.
Mas já li trechos do livro e comentários sobre o que esse ser passou e fico revoltada.
Não fujo de temas pesados, talvez já tenha lido relatos de violência, de todas as espécies, mais repugnantes e revoltantes que esse, por isso não foi covardia que me fez não ler esse livro até hoje.
Mas seu perdão é emocionante e lindo.
Felizmente, o holocausto praticado às claras e suas atrocidade foram banidos, mas sabemos que o holocausto velado continua a existir, portanto, o seu "sinto muito" vai para todas as Anne Frank que ainda sofrem todas as formas de abuso nos dias de hoje.